Nos últimos dias de 2011, a população cearense tem revivido momentos da primeira greve dos policiais, que neste ano, completará 15 anos . No dia 29 de julho de 1997, 376 policiais aderiram a paralisação durante uma passeata dos em direção a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDC), no cruzamento das avenidas Barão de Studart e Abolição. Ocorreu um grande conflito entre os Policiais Militares e a tropa do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE). Tiros foram disprados e um deles atingiu pelas costas o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mauro Benevides, no ombro. Sete pessoas ficaram feridas, entre elas o comandante-geral da PM e o tenente-coronel Antonio Oliveira Ferreira, atingido na perna.

Policiais militares e civis foram às ruas exigir melhores condições de trabalho e reajustes salariais. Os policiais civis buscavam abono salarial de 22,45% como pricipal reivindicação, além de, melhores condições de trabalho, aquisição de material como municação, armamento adequado e pagamento de horas extras.

Já os PMs pediam aumento salarial a partir de 1º de agosto, aumento do soldo de R$48,00 para um salário mínimo de R$120,00, pagamento de diárias operacionais em caso de faltas por doença, escala de extra remunerada e aumento do percentual de risco de vida.

De acordo com arquivos do Diário do Nordeste, o General Cândido Vargas Freire, afirmou que os policiais que tivessem menos de dois anos de farda seriam demitidos e os demais seriam punidos.

Quinhentos e um policiais foram identificados em fitas de vídeo, fotografias e declarações  dos oficiais presentes. Destes, 75 foram afastados por 60 dias das atividades. Treza policiais foram escolhidos, sem nenhuma explicação plausível e tiveram suas fardas e carteiras militares cassadas e excluídos da corporação.

Se acordo com o Secretário da Segurança Pública e Defesa da Cidadania, general Cândido Vargas de Freire, o julgamento dos policiais identificados no movimento não ultrapassaria 15 dias.

A lista com os nomes dos policiais afastados, foi publicada no Diário Oficial no dia 04 de agosto de 1997. Nove sargentos, três cabos e 58 soldados foram punidos. 
PMs punidos 
Todos os policias expulsos tinham comportamento considerado bom, ótimo ou execpcional. Raimundo dos Santos Barbosa foi tido como excepcional, escolhido o policial cidadão do Grande Pirambu e recebeu a Comanda Geral da PMC, diploma de mérito profissional por sua dedicação nos 10 anos e dois meses que esteve à serviço da corporação. Porém, foi expulso.
 
PMs fiéis recebem homenagem 
O governador Tasso Jereissati, homenageiou o Batalhão de Choque e o GATE por lutarem contra os policiais civis em greve. A homenagem ocorreu no dia 05 de agosto e foi dedicada aos policiais civis que permaneceram fiéis. Cento e um policiais miliatres receberam elogio público e cinco dias de dispensa. Os quatros PMs feridos, ganharam medalhas.
 
Cinquenta e um dos 91 policiais homenagados receberam de imediato carta de crédito e mais uma poupança de R$ 500,00.
 
Apoio nacional 
O Presidente da República do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, apoiou a decisão do governador Tasso Jereissati em punir os PMs identificados no protesto e declarou que os policiais em greve são desertores. "Quem usa arma não tem o direito de fazer greve".
 
O Presidente ainda autorizou a liberação das tropas para serem empregadas no Ceará, à pedido do Tasso.
 
O movimento grevista chegou ao fim no dia 31 de julho de 1997, às 12h30.

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